Quase um Soneto da Eternidade

Cá me encontro exilado
E, deste desterro historio
Aquilo que está encerrado
Represado, como a um rio.

Em parcimônia, minuciosa
Sinistra, funesta, fatal
Desastro-me nesta prosa
como um fato incidental.

Sou eu que em palavras deploro
Angústia que em mim decoro:
é meu silêncio em gelosia.

Da mudez em que se esconde
brada, e louco, me responde:
Morre! E acorda a poesia.

03/07/2003

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